sábado, 16 de fevereiro de 2013

a utilidade dos sonhos


A utilidade do sonhos
Nubor Orlando Facure

Os neurologistas espertamente conseguiram comercializar o nosso sono criando os “laboratórios de sono” e desde então o sossego noturno nunca mais foi o mesmo. Demonstram que todos nós sonhamos, roncamos,  gesticulamos, movimentamos os olhos, e excitamos nossas intimidades. Passaram a dividir e subdividir nosso sono em fases e  dão muito pouco ou nenhum valor ao conteúdo dos nossos sonhos. Ha algum tempo atrás fui fazer um curso de sono em São Paulo e tive a ousadia de perguntar ao famoso neurologista o que ele nos diria dos sonhos premonitórios – minha esposa é muito sensitiva e os tem com uma precisão espantosa. Caí com a cara no chão – o neurologista nega peremptoriamente que exista premunição nos sonhos – justifica friamente dizendo que é uma questão de estatística – sonhamos dezenas de imagens oníricas e não é de se estranhar que uma sonhada hoje não venha a coincidir com o que nos acontece amanhã. É o que eu chamo estatística da semente – a árvore atira tantas para o ar que uma vai brotar.
Para os psicanalista a visão é outra – literária, fantasiosa, mítica, adivinhação, interpretação livre  seja que nome dermos ela nos remete a uma satisfação maior já que mesmo cheio de conflitos que se revelam nos meus sonhos jamais me sentirei culpado, não sou eu, são meus sonhos – isso diminui minhas culpas
Um sonho de um farmacêutico que mudou a neurologia:
Era 1921 e Otto Loewi  trabalhando num laboratório na Áustria  teve um sonho – estava descobrindo uma substância que diminuía os batimentos do coração – ao acordar ficou tremendamente frustrado porque não se lembrava mais do experimento. Tempos depois o sonho se repetiu e o Professor Loewi se levanta e anota o experimento para ficar assim registrado evitando o esquecimento. Nova decepção, ele no dia seguinte não conseguia ler os rabiscos feitos naquela sonolência da noite. E, pela terceira vez, o sonho se repete, aí,  conta ele, que, se levantou, foi ao laboratório imediatamente. Providencia dois baldes com soro, num deles coloca o coração de um sapo ainda preso ao nervo vago e num outro balde com soro deposita outro coração de um pobre sapo, agora sem o nervo vago. Estimulando eletricamente o nervo o coração ameaça parar – pronto, eureca, foi liberado uma substância química – a seguir, o Professor transfere apenas o líquido do primeiro balde para o outro que imediatamente revela que o coração ali presente sentiu os efeitos bradicardizantes da substância química que a estimulação do nervo vago produziu.
Otto Loewi foi cauteloso, preferiu denominar essa substância de Vagustoff , nome bem alemão e, mais tarde, confirmou sua suposição, ele tinha descoberto pela primeira vez que o estimulo de um nervo liberava um neurotransmissor – descobriu ali, naquele sonho, a Acetilcolina

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