quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Mediunidade e automatismo motor

Nubor Orlando Facure

O que é um gesto automático ?

Aprendemos a escrever rabiscando letras uma a uma lentamente no papel. Depois de algum tempo fazemos uma escrita automática escorrendo com rapidez a frase inteira.

Iniciamos um curso de violão - mão esquerda, mão direita e, dedilhando as cordas vamos automatizando gestos até adquirir habilidade com o instrumento

Popularmente se diz que automatizar é aprender a “fazer de cor”

Neurologia do automatismo

O aprendizado começa nas camadas mais altas do córtex cerebral. Utilizamos os neurônios da região piramidal (área motora pura) que obedecem a um comando voluntário (Eu decido agir).

Todo gesto intencional é voluntário e nele a consciência está atenta acompanhando cada pequeno movimento realizado.

Daí algum tempo, o roteiro desse aprendizado se grava nas regiões mais profundas, nos núcleos da base – agrupamento compacto de neurônios situados na intimidade do cérebro – se tornando automático – como no automóvel ou no avião, o veículo passa a ser dirigido pelo piloto automático, sem a participação do motorista ou do piloto

Cada gesto aprendido ao se processar nos núcleos da base, da uma liberdade para a consciência e os movimentos se processam com maior rapidez, automaticamente, exigindo menos esforço mental. Podemos escrever horas a fio com muita precisão e rapidez, tocar o violão o dia inteiro mesmo sem olhar nas notas da partitura

Automatismo mediúnico

A psicografia é um modelo exato de automatismo. No início se processa com lentidão, dificuldades naturais, insegurança e muito dispêndio de energia. Depois, ao passar para os núcleos automáticos dos centros cerebrais profundos ( núcleos da base), ela terá o desembaraço da escrita automática comum, tendo, inclusive, melhor performance. Podemos constatar que na psicografia há pouca participação da consciência do médium, o texto parece já vir pronto, a escrita é veloz e nem precisa ser acompanhada pelo olhar do médium – existe um “piloto automático” no comando (o Espírito comunicante)

Uma parceria

Quando estamos dirigindo nosso carro, vamos pela estrada conversando com a esposa, usando gestos puramente automáticos nos comandos do veículo. De repente, um obstáculo qualquer nos chama a atenção na pista e somos obrigados a prestar atenção consciente na trajetória que vamos dar ao carro para desviar de uma grande pedra no meio da pista. Nesse instante, todos nossos gestos são voluntários, ocorrem por nossa conta e risco. Passado o perigo voltaremos ao automatismo motor para continuar a viagem distraidamente.

Na psicografia teremos situações parecidas. O médium está no comando, o Espírito comunicante trabalha automaticamente com rapidez e, uma ou outra vez o médium se conscientiza do que está sendo escrito e, pode, até mesmo, mudar a “trajetória” das palavras que estão sendo escritas.

Há médiuns que interferem tanto que chegam a dar outra direção à viagem mudando o teor e a veracidade da mensagem – puro animismo

A possibilidade da mensagem ser exclusiva do Espírito é impossível, seria como se o condutor tirasse as mãos da direção do carro – teríamos um desastre na primeira curva da estrada

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