quinta-feira, 24 de março de 2011

Fragmentos da neurologia do Medo
Nubor Orlando Facure

Amígdalas do lobo temporal
O nome é horrível e a gente tem sempre de começar explicando que não tem nada a ver com as “amígdalas” da garganta - que na verdade são “tonsilas”, que é outro nome de mau gosto incrível
Essas “amêndoas” (amígdalas) de pequenos neurônios estão situadas na intimidade dos lobos temporais - uma de cada lado - ficam quase que coladas aos Hipocampos - curioso como Deus fez isso conosco: grudou as emoções (amígdalas) com a memória (hipocampo) - por isso que nossos inimigos nunca esquecem da gente
Costumo dizer que nas amígdalas guardamos os 4 gigantes da Alma: o medo, a fome, a raiva e o sexo - é muita responsabilidade nas mãos de dois núcleos primitivos e que freqüentemente fogem do domínio da nossa consciência - a Amígdala, em termos evolutivos, é uma estrutura anatômica antiga, que começou a aparecer nos crocodilos - qualquer um que tentar surrupiar os ovos da “crocodila”, sofrerá um ataque de fúria violento - são lindinhas as tartaruguinhas do projeto Tamar, mas elas são desprotegidas de proteção materna
A Amígdala dirige o componente afetivo dos acontecimentos:
Minha amígdala, por exemplo, adora música sertaneja, detesta briga de novela, não suporta barulho de secador de cabelo, rejeita sorvete de chocolate, não suportaria a solidão de um solteiro, morre de medo de vaca com cria, tem nojo, medo não, de barata, já bateu em criança teimosa, “xingou até a mãe” em briga de família ou seja: minha amígdala ainda tem muito de crocodilo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário