terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ouvindo histórias. Não se aborreça, todos mentem

Nubor Orlando Facure

Ninguém consegue contar uma história com reprodução fidedigna dos fatos. Portanto, não se aborreça se um amigo parece mentir quando fala do acidente que testemunhou.
Os acidentes não são narrados verbalmente e, cada um se detém em detalhes que o emociona mais, usa todos os seus sentidos e quase nada de linguagem verbal. Portanto o seu relato é uma descrição de um evento filtrado pelo seu temperamento, seu caráter e principalmente suas lembranças anteriores.
Porque contamos histórias?
Quase sempre para informar
Outras vezes para entreter nossos amigos
Quase sempre falamos de eventos sociais - mais freqüentemente coisas engraçadas ou fofocas
E elas são recontadas mais de uma vez para diferentes amigos
Nossas histórias são sistematicamente deturpadas - acrescentando, omitindo, exagerando ou minimizando fatos
Somos mestres em deturpar a verdade - incluímos intenções e mentiras deslavadas - com a desculpa de que são de pouca importância
Adaptamos a narrativa conforme a platéia que nos ouve
Enfatizamos o que nos interessa, conforme nosso propósito - principalmente de agradar o ouvinte
Numa conversa com um desconhecido o índice de mentira aumenta vergonhosamente
Todos esses fatos aqui anotados já foram exaustivamente confirmados em testes variados de psicologia comportamental.
Qualquer um de nós pode confirmar isso: anote o que você responde a cada vez que lhe perguntam - como passou o dia?

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