terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Descrição de Casos
“Surto alucinatório benigno na adolescência”
(Transtorno mental de origem mediúnica”


Caso 2 - SM
Menina de 12 anos. Sempre foi arredia, não conversa com seus professores, não verbaliza suas queixas e mal responde a chamada de classe. Aceita a ajuda dos colegas na horas das tarefas, do lanche e da binquedoteca. Surpreendentemente “faz os melhores desenhos da classe nas aulas de educação artística“. Apesar do esforço familiar, de professores, fonoaudióloga não está alfabetizada.
Veio a consulta com o diagnóstico de autismo e surto psicótico. Isso porque seu quadro teve uma mudança espantosa nos últimos dois meses. Ela começou a ouvir vozes. Sofria agressões físicas, apanhava dos Espíritos que via. Eram homens, mulheres e crianças. A chingavam de burra, tonta, dizem palavrões, fazem comentários com conteúdo sensual sobre seu corpo.
Eles a fazem pedir brinquedos para o pai e depois a fazem quebrá-los.
A mãe conta que, freqüentemente, a surpreende falando sozinha. Vê crianças no telhado, esqueleto no banheiro, um menino de metal no seu quarto que parecia não ter olhos. A noite o incômodo era maior, eles “ficavam enchendo o saco”, um deles passou a noite batendo os dedos na sua cama.
Tudo isso a fazia acordar agitada, chegando a quebrar coisas em casa e a agredir a própria mãe.
Durante a consulta ela interagia normalmente, mas, outras vezes parecia debochar da nossa conversa, ria e falava coisas fora do contexto das perguntas. A meu pedido ela me trouxe desenhos que fez confirmando ter certa habilidade mas, nenhum talento incomum.
Num dos seus retornos a mãe conta que ela passou a cantar e dançar sem parar. Agora pede que ela a leve nos bailes da cidade que mora e se mostrou interessada a namorar um garoto negro da sua idade - a paciente é loirinha, muito branca e de olhos claros.
Diz que quando dança as músicas do “Tchan” e da “Gretchen” “eles” não a incomodam tanto.

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